domingo, 13 de maio de 2012

Mãe desnecessária




A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária 

com o passar do tempo”.

Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.


Uma batalha interna, hercúlea, confesso.

Quando começar a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembrem-se logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária

Antes que alguma mãe apressada acusem de desamor, é preciso explicar o que significa isso.


Ser 'desnecessária', é não deixar que o amor incondicional 
de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, ao ponto de eles não 
conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes.

Prontos para traçar seus rumos, fazerem suas escolhas, 
superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.

A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical, como bem resumiu a psicóloga e educadora Lidia Aratangy no artigo 'maternidade, liberdade, solidariedade'. 

A cada nova fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.


Porque o amor é um processo de libertação permanente e 
esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.

O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, 
firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.

Pai e Mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.

Ao aprendermos a ser 'desnecessárias', nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.


Mãe, feliz dia das Mães
Te amo!